Enxofre – Importante e negligenciado

29 de setembro de 2023

Enxofre – Importante e negligenciado

O enxofre é um elemento químico fundamental para o crescimento de várias culturas, incluindo a cana-de-açúcar. É um macronutriente secundário, muitas vezes “esquecido”, porém muito importante, e que desempenha um papel fundamental na produção de aminoácidos, proteínas e enzimas, além de atuar na indução de resistência de plantas contra estresses bióticos e abióticos.

Via de regra, aplica-se o nutriente para atingir a extração da cultura, em torno de 50 Kg para cada 100 toneladas de colmo (Orlando Filho, 1983). Quando o teor estiver acima do nível crítico para o nutriente, pode-se usar como parâmetro a exportação da cultura. Além de ser essencial para produtividade, o enxofre melhora também a qualidade da produção. O fornecimento correto de enxofre, aumenta a produção de açúcares na cultura. São gerados cerca de 50 Kg de açúcar a cada 1 Kg do nutriente (P. A. Claudino Pedroso et al., 1986).

A disponibilidade de enxofre na maioria dos solos é insuficiente para atender às necessidades das culturas, o que torna a adição de fertilizantes com enxofre uma prática comum. O gesso agrícola é uma das ferramentas utilizadas, pois, além de ser um condicionador de subsuperfície, possui em torno de 15% de enxofre na forma de sulfato, com rápida disponibilidade, mas também lixiviação (pode variar em diferentes texturas de solo e índices pluviométricos).

Outra ferramenta mais interessante é o enxofre pastilhado, pois possui altas concentrações (85 a 90%) e liberação gradual, sendo uma fonte contínua durante a maior parte do ciclo de cultivo, além de ter atuação fisiológica na indução de resistência de plantas. Ele é feito a partir de enxofre elementar, que é fundido e moldado em pequenas pastilhas homogêneas, que são facilmente armazenadas, transportadas e aplicadas.

Em suma, o enxofre pastilhado é uma alternativa de fornecimento mais eficiente, com menores doses, menor perda por lixiviação e alto rendimento operacional.



Gustavo Esteves Cambaúva - Representante Técnico de Vendas da Union Agro


30 de abril de 2025
A aplicação de nitrogênio pode ser considerada um dos pilares para o bom desenvolvimento das plantas, com efeitos diretos na produtividade das culturas. O nitrogênio (N) participa de processos essenciais como a fotossíntese, a síntese de proteínas e o crescimento vegetativo. Embora tradicionalmente, sua aplicação seja feita via solo, sua disponibilidade sofre influência de fatores como reservas do solo, taxa de matéria orgânica, pH do solo e regime hídrico. Dessa forma, a aplicação foliar de fertilizantes nitrogenados tem ganhado espaço como ferramenta relevante no manejo nutricional. Mas afinal, quando vale a pena aplicar nitrogênio via folha? A pulverização de soluções contendo nitrogênio diretamente sobre as folhas é amplamente reconhecida como uma estratégia que permite uma pronta disponibilidade do nutriente , com uma absorção rápida e direcionada , e possibilidade de agilidade na resposta das plantas, sendo especialmente útil em situações emergenciais, como em períodos de estresse (seca extrema), quando o movimento de nutrientes no solo é reduzido, baixa absorção radicular (comprometimento do enraizamento, solos encharcados, com pH desequilibrado). Em situações de deficiência nutricional aguda, com evidente clorose foliar ocasionada pela falta de nitrogênio, a aplicação foliar ameniza rapidamente os sintomas. O nitrogênio aplicado via folha pode ser alocado, também, junto a caldas de fungicidas e inseticidas, otimizando os custos com a pulverização agrícola. Usualmente, as aplicações são realizadas em épocas tardias, ou seja, no final do ciclo das culturas, o que permite ajustes de acordo com o estado nutricional da planta e condições climáticas presentes durante o ciclo da cultura, com o objetivo de incrementar o conteúdo de proteína dos grãos, atendendo a necessidade real da cultura. Estudos prévios realizados em 2002, 2009, 2018 e 2025 mostraram a possibilidade de redução no aporte de nitrogênio via solo de 25 a 40% sem que se afetasse de maneira severa os índices de vegetação e produtividade, em resposta a aplicações sequenciais de nitrogênio via foliar. Além disso, esta técnica possibilita menores riscos de perdas por volatilização ou lixiviação , comuns na adubação convencional, e relevantes em áreas com alta pluviosidade ou solos com baixo teor de argila. Na verdade, contornar a dinâmica de imobilização do nitrogênio no solo é uma das principais vantagens da aplicação foliar, aumentando exponencialmente a eficiência do uso de nutrientes e reduzindo as perdas para o ambiente. Apesar de inúmeras vantagens apresentadas pela aplicação foliar, deve-se lembrar que a quantidade de nitrogênio que pode ser fornecida por esta via é restrita, não suprindo a demanda total das culturas. Sendo seu uso recomendado como medida corretiva, de complementação ou potencialização, em fases específicas do ciclo da cultura, como os picos de desenvolvimento vegetativo, enchimento de grãos ou em momentos de estresse fisiológico. Cuidados são necessários, também, para evitar danos por fitotoxidez, respeitando-se as doses máximas e as misturas recomendadas. Podendo, as doses, necessitar de ajuste de acordo com a formação da copa e condições climáticas do momento. A escolha do momento certo para a aplicação é essencial! Em cultivos como milho, soja, trigo e café, a aplicação foliar de N pode ser feita em fases estratégicas como o estágio vegetativo ou início do reprodutivo, além da fase de formação dos grãos, sendo o parcelamento das doses e aplicações indicado para constante estímulo da fisiologia e fornecimento do nutriente para as culturas. Utilizada com critério técnico, ela pode representar um ganho importante em vigor, sanidade e produtividade. A aplicação foliar de nitrogênio, então, aparece como técnica de manejo viável para uma produção mais sustentável e otimizada, particularmente em ambientes onde se encontra alguma restrição, como limitação na disponibilidade hídrica e cultivos em estações mais secas. Não somente promove um maior crescimento e desenvolvimento vegetativo , como também promove maior tolerância a estresses abióticos , exacerbados, atualmente, pelas mudanças climáticas. Os benefícios também envolvem um melhor uso de recursos, integrando o fornecimento nutricional a aplicação de herbicidas, inseticidas e fungicidas.
17 de abril de 2025
O cenário econômico do milho safrinha é afetado por fatores como custo de produção, a produtividade, condições climáticas e competição no setor agrícola. Para a segunda safra de 24/25 a Conab estima um aumento de 3,8% na produtividade, com expectativa de atingir 94,6 milhões de toneladas, o que traz otimismo e deve incentivar os produtores a ampliar os investimentos no grão. No contexto atual, as condições climáticas têm interferido substancialmente no progresso do plantio e desenvolvimento das lavouras, e as previsões climáticas indicam redução nas chuvas devido à troca de polaridade do regime pluviométrico, portanto, buscar estimular o metabolismo das plantas trará impactos diretos nos índices de produtividade e qualidade das culturas. Para maximizar o desenvolvimento das plantas, e promover um melhor desempenho em situações de adversidade, a combinação de bioativadores e nutrição foliar tem se mostrado uma estratégia eficiente, além de diminuir o custo de produção para o produtor rural, otimizando investimentos em adubos químicos e as aplicações de defensivos agrícolas. A nutrição foliar é especialmente importante em momentos críticos do ciclo do milho, quando a planta apresenta demanda maior de aporte nutricional, pois disponibiliza nutrientes de maneira direta, permitindo uma absorção rápida e eficiente. Já os bioativadores estimulam processos fisiológicos e bioquímicos, aumentam a capacidade de crescimento e resistência, compostos por aminoácidos, peptídeos, extratos de algas e microrganismos benéficos, e tornam o milho mais eficiente na captação e utilização dos nutrientes aplicados via solo e foliar. A bioativação do milho está diretamente ligada ao fornecimento de nutrientes que, além de desempenharem funções metabólicas clássicas, também atuam como sinalizadores bioquímicos e ativadores de processos fisiológicos. O potássio, por exemplo, regula processos osmóticos e ativa mais de 60 enzimas relacionadas à fotossíntese e síntese de açúcares, facilitando o transporte de assimilados, melhorando o balanço hídrico, tornando a planta mais preparada para responder a estresses. O zinco, por sua vez, é vital na síntese de triptofano, precursor da auxina, sendo assim, fundamental para crescimento radicular e alongamento celular, atuando na estabilização das membranas celulares e na ativação de enzimas antioxidantes. Além deste, o boro é estratégico para a bioativação da cultura, pois participa do transporte de açúcares, melhora a divisão celular e sinaliza processos reprodutivos. Também, o manganês, participa diretamente da quebra da molécula de água, que resulta na produção de energia para as reações metabólicas, ativa enzimas envolvidas na biossíntese de lignina e na defesa antioxidante, importantes para o vigor e a proteção do milho. A interação entre as ferramentas potencializa os efeitos positivos na cultura do milho de diversas formas: • Maior absorção e mobilização de nutrientes, pelo aumento da permeabilidade das membranas e melhor transporte dos mesmos; • Aprimoramento da fotossíntese, já que substâncias bioativas estimulam a produção de clorofila e consequente conversão de luz em energia (biomassa); • Redução do estresse oxidativo ocasionado pela presença de antioxidantes naturais nos bioativadores, que protegem as células dos danos ocasionados pela seca, temperaturas extremas e fitotoxidez; • Aumento da eficiência metabólica devido à presença de aminoácidos e fitormônios que aceleram os processos como a divisão celular e a formação de estruturas reprodutivas. Nesse contexto, o manejo adequado é fundamental para otimizar essas interações. Pesquisas recentes mostram diferentes respostas a aplicações de complexos com bioativadores e nutrientes, de acordo com a necessidade do metabolismo da cultura em determinado estágio, com respostas variadas, por exemplo, nos níveis de potássio e enxofre, mais proeminentes entre V4 e V8. Além disso, com estímulos ao desenvolvimento de raízes e parte aérea quando aplicados no plantio, aumentando a eficiência na produção de milho O milho é cultura de grande importância global, em função do papel econômico e social que promove, sendo considerado alimento energético e utilizado desde alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. Apesar disso, alcançar alto rendimento na segunda safra pode ser desafiador. Ao aliar nutrientes e tecnologias bioativas como aminoácidos e extratos vegetais, melhorar a eficiência do uso de nutrientes, aumentar a resiliência a estresses ambientais e promover um crescimento mais robusto, há garantia de produção mais forte e sustentável, incrementando a produtividade e assegurando a rentabilidade.
11 de abril de 2025
O Brasil se destaca por possuir uma área cultivada com cana-de-açúcar com cerca de 9 milhões de hectares, um terço da área agropecuária do país, de acordo com levantamento realizado pelo MAPA em dezembro de 2024. Com ciclo longo, e uma diversidade de cenários encontrados, como áreas recém-plantadas e plantas quase prontas para os processos de maturação e colheita, a cultura enfrenta um período de estiagem, que coincide com o inverno. Nesse cenário, boas práticas visando o uso de potentes tecnologias, posicionadas corretamente a cada estágio de desenvolvimento, tornaram-se pilar para o sucesso produtivo desta cultura. Com o aumento da incidência de extremos climáticos e sem controle sobre estas variáveis, produtores e usinas canavieiras vivem à mercê de fenômenos de clima adversos, que trazem consigo grandes danos a cultura. No entanto, por meio de estudos desenvolvidos nas diversas instituições de ensino voltadas a agricultura e por especialistas do mercado, foram elaboradas estratégias quem podem ser adotadas com o intuito de atravessar os períodos de estiagem, por exemplo, com um mínimo de perdas (que podem chegar a 20%), mantendo altas a produtividade e qualidade do canavial. Os estudos têm demonstrado um caminho bastante promissor, através do uso combinado de ferramentas como nutrição foliar e ativadores do metabolismo, permitindo que, em condições desfavoráveis a planta ajuste sua resposta, reduzindo perdas e se preparando para a passagem pelo período de estresse (seca – maio a setembro), no qual o fornecimento de água para o sistema estará restrito. Em momentos de estresse, a planta ativa uma série de mecanismos de defesa, mecânicos (enrolamento de folhas, espessamento de parede celular, aprofundamento de raízes em busca de água) e fisiológicos (síntese de enzimas antioxidantes e aminoácidos) para minimizar a perda de água e as trocas gasosas com o ambiente, reduzindo seu gasto energético, e mantendo o equilíbrio do seu metabolismo pelo período mais prolongado possível. Tal situação pode reduzir ou até mesmo paralisar o desenvolvimento da cultura, resultando em provável perda do potencial produtivo do canavial, consequência de encurtamento de entrenós, redução de área foliar e da produção de açúcar. Nesse contexto, o manejo “Stay Green”, mais conhecido como “Pré-seca” tem como objetivo manter a atividade enzimática e fotossintética das folhas da cana-de-açúcar durante o período sem chuvas. A estratégia consiste em manter as folhas verdes, para que a planta não tenha seus processos fisiológicos afetados na condição de estresse hídrico. As principais aplicações com essa finalidade são à base de potássio, fósforo, magnésio, boro e aminoácidos, essenciais para a ativação do metabolismo e translocação de açúcar. O potássio (K), na planta, atua como regulador estomático, favorecendo o melhor aproveitamento de água e nutrientes. O fósforo (P), como um dos principais elementos formadores de ATP, molécula responsável pelo armazenamento e transporte de energia nas células, incluindo os açúcares produzidos. Enquanto isso, o magnésio (Mg) é componente central da clorofila, sendo imprescindível para a realização da fotossíntese. O boro estabiliza as membranas celulares protegendo-as dos efeitos da perda de água. Outra possibilidade, a aplicação foliar de aminoácidos, complementa o manejo nutricional de forma extremamente eficaz, e otimiza a resposta fisiológica da planta. Aminoácidos são precursores de enzimas antioxidantes, essenciais para a degradação de radicais livres formados durante o estresse, e que são tóxicos ao metabolismo da cana-de-açúcar. Além disso, atuam como osmorreguladores, evitando a perda excessiva de água. O manejo pré-seca, no entanto, exige um planejamento cuidadoso, para que seja posicionado no momento ideal afim de garantir o fortalecimento da planta, melhorar sua resistência e potencializar seu desempenho agronômico. Ao integrar essas ferramentas com outras práticas e tecnologias agrícolas, os produtores reduzem os efeitos negativos da estiagem além de promover uma produção mais sustentável e eficiente. A adoção do manejo pré-seca não apenas protege a lavoura contra perdas produtivas, mas também contribui para a eficiência do uso de insumos, proporcionado maior resiliência fisiológica e nutricional às plantas. Dessa forma, uma dúvida frequente quanto a este manejo se dá frente ao momento da aplicação, que deve ocorrer próximo às últimas chuvas de outono, historicamente posicionadas nos meses de abril e maio. Uma decisão relacionada ao clima e de difícil previsão, que varia de região para região, de ano para ano, sempre em função da definição climática da safra em questão, podendo se antecipar em alguns casos. A anormalidade climática traz consigo obstáculos à produção de cana-de-açúcar, e devido a adoção de janela produtiva na qual a cultura se expõe a longo período de estiagem, baixa radiação e baixa temperatura, se faz necessário adotar ferramentas e implementar estratégias que garantam a entrega de produtividade, longevidade e lucratividade do canavial. Neste contexto, se inclui o uso racional e integrado de nutrientes e aminoácidos, como proposto pelo manejo pré-seca, permitindo que a cana-de-açúcar enfrente melhor o período de adversidade e mantenha alto seu potencial produtivo.
4 de abril de 2025
Como a nutrição equilibrada pode antecipar a maturação e elevar o teor de sacarose da cana, otimizando a cadeia produtiva do setor sucroalcooleiro
25 de novembro de 2024
O conceito de adjuvante é “Qualquer substância ou composto sem propriedades fitossanitárias, exceto a água, que é acrescido numa preparação da calda de defensivos, para facilitar a aplicação, aumentar a eficácia ou diminuir riscos.” (Kissmann, 1998). Portanto as diferentes composições de adjuvantes existentes, quais sejam: óleos minerais, óleos vegetais, uréias, resinas, entre outros; possuem características de atuações diferentes. Quando escolhidos e utilizados de forma correta, podem aumentar a eficácia e interferir no resultado, por exemplo, reduzindo em até 30% o impacto na perda por qualidade da água (dado da Cotrisoja). A atuação dos adjuvantes, geralmente, tem 2 principais focos, que podem estar combinados num produto só, que são: - Aumentar a eficiência dos defensivos : aumentar a penetração na planta; manter o defensivo por mais tempo em contato com a superfície da folha (efeito adesivo); diminuir deriva; aumentar a superfície de contato com a folha (efeito surfactante, espalhante) e manter maior umidade por mais tempo na superfície de contato (umectante). - Melhorar a condição da calda de aplicação: ajustar o teor de acidez da calda (pH da calda); manter o teor do pH estável por várias horas (efeito tamponante); melhorar/homogeneizar a mistura dos defensivos no tanque (efeito emulsificante); estabilizar a mistura no tanque por mais tempo; promover a dispersão de partículas, evitar que elas se aglomerem (efeito dispersante); complexar cátions livre (sequestradores de cátions, neutralizar o cálcio de “água dura”, etc.) e antiespumantes. Dentre as opções disponíveis, os óleos minerais são largamente utilizados no mercado, alguns com outros componentes, como o Triomax (agente emulsificante, redutor de ph, etc.) que definem as principais características de atuação. Apesar das diversas atuações, via-de-regra, algumas características se sobressaem a outras, por exemplo: pelo fato de ser óleo, é um excelente penetrante (dissolvem as gorduras das cutículas das membranas das células) e pode conter na sua composição complexante (melhora a condição da água: “dura”, alto teor de matéria orgânica, impurezas, etc.) e redutor de ph (acidifica a calda para aplicação com herbicidas, por exemplo). Ainda em relação à óleos, alguns óleos vegetais possuem em sua composição óleo de casca de laranja, como o Bravium . Estes óleos diferenciados são compatíveis com todas as culturas agrícolas, inclusive as mais sensíveis para defensivos, como por exemplo, feijão, morango... e possuem ainda um efeito no desalojamento de pragas, ou seja, o seu “aroma” força a movimentação de insetos nas áreas aplicadas, fazendo com que a praga “escondida” sob a palha, ou folhas, entre em contato com o inseticida aplicado em conjunto. Portanto, a escolha do adjuvante correto pode definir o sucesso da utilização dos defensivos.  Autor: Diego Marsão - Gerente Comercial da Union Agro
15 de outubro de 2024
Aplicações foliares de verão para mitigar perdas nas queimadas
FBN – A fábrica biológica de adubo nitrogenado
14 de outubro de 2024
O uso de micronutrientes como manganês, cobalto, molibdênio e níquel, proporcionam um eficiente processo de fixação biológica e metabolismo do nitrogênio, que refletirá na produtividade e no menor gastos com fertilizantes nitrogenados.
10 de outubro de 2024
Maximização de lucros no canavial
26 de agosto de 2024
ATR – quanto vale sua cana-de-açúcar?
24 de julho de 2024
Linha NutryGran é + Enxofre do início ao fim
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30 de abril de 2025
A aplicação de nitrogênio pode ser considerada um dos pilares para o bom desenvolvimento das plantas, com efeitos diretos na produtividade das culturas. O nitrogênio (N) participa de processos essenciais como a fotossíntese, a síntese de proteínas e o crescimento vegetativo. Embora tradicionalmente, sua aplicação seja feita via solo, sua disponibilidade sofre influência de fatores como reservas do solo, taxa de matéria orgânica, pH do solo e regime hídrico. Dessa forma, a aplicação foliar de fertilizantes nitrogenados tem ganhado espaço como ferramenta relevante no manejo nutricional. Mas afinal, quando vale a pena aplicar nitrogênio via folha? A pulverização de soluções contendo nitrogênio diretamente sobre as folhas é amplamente reconhecida como uma estratégia que permite uma pronta disponibilidade do nutriente , com uma absorção rápida e direcionada , e possibilidade de agilidade na resposta das plantas, sendo especialmente útil em situações emergenciais, como em períodos de estresse (seca extrema), quando o movimento de nutrientes no solo é reduzido, baixa absorção radicular (comprometimento do enraizamento, solos encharcados, com pH desequilibrado). Em situações de deficiência nutricional aguda, com evidente clorose foliar ocasionada pela falta de nitrogênio, a aplicação foliar ameniza rapidamente os sintomas. O nitrogênio aplicado via folha pode ser alocado, também, junto a caldas de fungicidas e inseticidas, otimizando os custos com a pulverização agrícola. Usualmente, as aplicações são realizadas em épocas tardias, ou seja, no final do ciclo das culturas, o que permite ajustes de acordo com o estado nutricional da planta e condições climáticas presentes durante o ciclo da cultura, com o objetivo de incrementar o conteúdo de proteína dos grãos, atendendo a necessidade real da cultura. Estudos prévios realizados em 2002, 2009, 2018 e 2025 mostraram a possibilidade de redução no aporte de nitrogênio via solo de 25 a 40% sem que se afetasse de maneira severa os índices de vegetação e produtividade, em resposta a aplicações sequenciais de nitrogênio via foliar. Além disso, esta técnica possibilita menores riscos de perdas por volatilização ou lixiviação , comuns na adubação convencional, e relevantes em áreas com alta pluviosidade ou solos com baixo teor de argila. Na verdade, contornar a dinâmica de imobilização do nitrogênio no solo é uma das principais vantagens da aplicação foliar, aumentando exponencialmente a eficiência do uso de nutrientes e reduzindo as perdas para o ambiente. Apesar de inúmeras vantagens apresentadas pela aplicação foliar, deve-se lembrar que a quantidade de nitrogênio que pode ser fornecida por esta via é restrita, não suprindo a demanda total das culturas. Sendo seu uso recomendado como medida corretiva, de complementação ou potencialização, em fases específicas do ciclo da cultura, como os picos de desenvolvimento vegetativo, enchimento de grãos ou em momentos de estresse fisiológico. Cuidados são necessários, também, para evitar danos por fitotoxidez, respeitando-se as doses máximas e as misturas recomendadas. Podendo, as doses, necessitar de ajuste de acordo com a formação da copa e condições climáticas do momento. A escolha do momento certo para a aplicação é essencial! Em cultivos como milho, soja, trigo e café, a aplicação foliar de N pode ser feita em fases estratégicas como o estágio vegetativo ou início do reprodutivo, além da fase de formação dos grãos, sendo o parcelamento das doses e aplicações indicado para constante estímulo da fisiologia e fornecimento do nutriente para as culturas. Utilizada com critério técnico, ela pode representar um ganho importante em vigor, sanidade e produtividade. A aplicação foliar de nitrogênio, então, aparece como técnica de manejo viável para uma produção mais sustentável e otimizada, particularmente em ambientes onde se encontra alguma restrição, como limitação na disponibilidade hídrica e cultivos em estações mais secas. Não somente promove um maior crescimento e desenvolvimento vegetativo , como também promove maior tolerância a estresses abióticos , exacerbados, atualmente, pelas mudanças climáticas. Os benefícios também envolvem um melhor uso de recursos, integrando o fornecimento nutricional a aplicação de herbicidas, inseticidas e fungicidas.
17 de abril de 2025
O cenário econômico do milho safrinha é afetado por fatores como custo de produção, a produtividade, condições climáticas e competição no setor agrícola. Para a segunda safra de 24/25 a Conab estima um aumento de 3,8% na produtividade, com expectativa de atingir 94,6 milhões de toneladas, o que traz otimismo e deve incentivar os produtores a ampliar os investimentos no grão. No contexto atual, as condições climáticas têm interferido substancialmente no progresso do plantio e desenvolvimento das lavouras, e as previsões climáticas indicam redução nas chuvas devido à troca de polaridade do regime pluviométrico, portanto, buscar estimular o metabolismo das plantas trará impactos diretos nos índices de produtividade e qualidade das culturas. Para maximizar o desenvolvimento das plantas, e promover um melhor desempenho em situações de adversidade, a combinação de bioativadores e nutrição foliar tem se mostrado uma estratégia eficiente, além de diminuir o custo de produção para o produtor rural, otimizando investimentos em adubos químicos e as aplicações de defensivos agrícolas. A nutrição foliar é especialmente importante em momentos críticos do ciclo do milho, quando a planta apresenta demanda maior de aporte nutricional, pois disponibiliza nutrientes de maneira direta, permitindo uma absorção rápida e eficiente. Já os bioativadores estimulam processos fisiológicos e bioquímicos, aumentam a capacidade de crescimento e resistência, compostos por aminoácidos, peptídeos, extratos de algas e microrganismos benéficos, e tornam o milho mais eficiente na captação e utilização dos nutrientes aplicados via solo e foliar. A bioativação do milho está diretamente ligada ao fornecimento de nutrientes que, além de desempenharem funções metabólicas clássicas, também atuam como sinalizadores bioquímicos e ativadores de processos fisiológicos. O potássio, por exemplo, regula processos osmóticos e ativa mais de 60 enzimas relacionadas à fotossíntese e síntese de açúcares, facilitando o transporte de assimilados, melhorando o balanço hídrico, tornando a planta mais preparada para responder a estresses. O zinco, por sua vez, é vital na síntese de triptofano, precursor da auxina, sendo assim, fundamental para crescimento radicular e alongamento celular, atuando na estabilização das membranas celulares e na ativação de enzimas antioxidantes. Além deste, o boro é estratégico para a bioativação da cultura, pois participa do transporte de açúcares, melhora a divisão celular e sinaliza processos reprodutivos. Também, o manganês, participa diretamente da quebra da molécula de água, que resulta na produção de energia para as reações metabólicas, ativa enzimas envolvidas na biossíntese de lignina e na defesa antioxidante, importantes para o vigor e a proteção do milho. A interação entre as ferramentas potencializa os efeitos positivos na cultura do milho de diversas formas: • Maior absorção e mobilização de nutrientes, pelo aumento da permeabilidade das membranas e melhor transporte dos mesmos; • Aprimoramento da fotossíntese, já que substâncias bioativas estimulam a produção de clorofila e consequente conversão de luz em energia (biomassa); • Redução do estresse oxidativo ocasionado pela presença de antioxidantes naturais nos bioativadores, que protegem as células dos danos ocasionados pela seca, temperaturas extremas e fitotoxidez; • Aumento da eficiência metabólica devido à presença de aminoácidos e fitormônios que aceleram os processos como a divisão celular e a formação de estruturas reprodutivas. Nesse contexto, o manejo adequado é fundamental para otimizar essas interações. Pesquisas recentes mostram diferentes respostas a aplicações de complexos com bioativadores e nutrientes, de acordo com a necessidade do metabolismo da cultura em determinado estágio, com respostas variadas, por exemplo, nos níveis de potássio e enxofre, mais proeminentes entre V4 e V8. Além disso, com estímulos ao desenvolvimento de raízes e parte aérea quando aplicados no plantio, aumentando a eficiência na produção de milho O milho é cultura de grande importância global, em função do papel econômico e social que promove, sendo considerado alimento energético e utilizado desde alimentação animal até a indústria de alta tecnologia. Apesar disso, alcançar alto rendimento na segunda safra pode ser desafiador. Ao aliar nutrientes e tecnologias bioativas como aminoácidos e extratos vegetais, melhorar a eficiência do uso de nutrientes, aumentar a resiliência a estresses ambientais e promover um crescimento mais robusto, há garantia de produção mais forte e sustentável, incrementando a produtividade e assegurando a rentabilidade.
11 de abril de 2025
O Brasil se destaca por possuir uma área cultivada com cana-de-açúcar com cerca de 9 milhões de hectares, um terço da área agropecuária do país, de acordo com levantamento realizado pelo MAPA em dezembro de 2024. Com ciclo longo, e uma diversidade de cenários encontrados, como áreas recém-plantadas e plantas quase prontas para os processos de maturação e colheita, a cultura enfrenta um período de estiagem, que coincide com o inverno. Nesse cenário, boas práticas visando o uso de potentes tecnologias, posicionadas corretamente a cada estágio de desenvolvimento, tornaram-se pilar para o sucesso produtivo desta cultura. Com o aumento da incidência de extremos climáticos e sem controle sobre estas variáveis, produtores e usinas canavieiras vivem à mercê de fenômenos de clima adversos, que trazem consigo grandes danos a cultura. No entanto, por meio de estudos desenvolvidos nas diversas instituições de ensino voltadas a agricultura e por especialistas do mercado, foram elaboradas estratégias quem podem ser adotadas com o intuito de atravessar os períodos de estiagem, por exemplo, com um mínimo de perdas (que podem chegar a 20%), mantendo altas a produtividade e qualidade do canavial. Os estudos têm demonstrado um caminho bastante promissor, através do uso combinado de ferramentas como nutrição foliar e ativadores do metabolismo, permitindo que, em condições desfavoráveis a planta ajuste sua resposta, reduzindo perdas e se preparando para a passagem pelo período de estresse (seca – maio a setembro), no qual o fornecimento de água para o sistema estará restrito. Em momentos de estresse, a planta ativa uma série de mecanismos de defesa, mecânicos (enrolamento de folhas, espessamento de parede celular, aprofundamento de raízes em busca de água) e fisiológicos (síntese de enzimas antioxidantes e aminoácidos) para minimizar a perda de água e as trocas gasosas com o ambiente, reduzindo seu gasto energético, e mantendo o equilíbrio do seu metabolismo pelo período mais prolongado possível. Tal situação pode reduzir ou até mesmo paralisar o desenvolvimento da cultura, resultando em provável perda do potencial produtivo do canavial, consequência de encurtamento de entrenós, redução de área foliar e da produção de açúcar. Nesse contexto, o manejo “Stay Green”, mais conhecido como “Pré-seca” tem como objetivo manter a atividade enzimática e fotossintética das folhas da cana-de-açúcar durante o período sem chuvas. A estratégia consiste em manter as folhas verdes, para que a planta não tenha seus processos fisiológicos afetados na condição de estresse hídrico. As principais aplicações com essa finalidade são à base de potássio, fósforo, magnésio, boro e aminoácidos, essenciais para a ativação do metabolismo e translocação de açúcar. O potássio (K), na planta, atua como regulador estomático, favorecendo o melhor aproveitamento de água e nutrientes. O fósforo (P), como um dos principais elementos formadores de ATP, molécula responsável pelo armazenamento e transporte de energia nas células, incluindo os açúcares produzidos. Enquanto isso, o magnésio (Mg) é componente central da clorofila, sendo imprescindível para a realização da fotossíntese. O boro estabiliza as membranas celulares protegendo-as dos efeitos da perda de água. Outra possibilidade, a aplicação foliar de aminoácidos, complementa o manejo nutricional de forma extremamente eficaz, e otimiza a resposta fisiológica da planta. Aminoácidos são precursores de enzimas antioxidantes, essenciais para a degradação de radicais livres formados durante o estresse, e que são tóxicos ao metabolismo da cana-de-açúcar. Além disso, atuam como osmorreguladores, evitando a perda excessiva de água. O manejo pré-seca, no entanto, exige um planejamento cuidadoso, para que seja posicionado no momento ideal afim de garantir o fortalecimento da planta, melhorar sua resistência e potencializar seu desempenho agronômico. Ao integrar essas ferramentas com outras práticas e tecnologias agrícolas, os produtores reduzem os efeitos negativos da estiagem além de promover uma produção mais sustentável e eficiente. A adoção do manejo pré-seca não apenas protege a lavoura contra perdas produtivas, mas também contribui para a eficiência do uso de insumos, proporcionado maior resiliência fisiológica e nutricional às plantas. Dessa forma, uma dúvida frequente quanto a este manejo se dá frente ao momento da aplicação, que deve ocorrer próximo às últimas chuvas de outono, historicamente posicionadas nos meses de abril e maio. Uma decisão relacionada ao clima e de difícil previsão, que varia de região para região, de ano para ano, sempre em função da definição climática da safra em questão, podendo se antecipar em alguns casos. A anormalidade climática traz consigo obstáculos à produção de cana-de-açúcar, e devido a adoção de janela produtiva na qual a cultura se expõe a longo período de estiagem, baixa radiação e baixa temperatura, se faz necessário adotar ferramentas e implementar estratégias que garantam a entrega de produtividade, longevidade e lucratividade do canavial. Neste contexto, se inclui o uso racional e integrado de nutrientes e aminoácidos, como proposto pelo manejo pré-seca, permitindo que a cana-de-açúcar enfrente melhor o período de adversidade e mantenha alto seu potencial produtivo.